5 de jul. de 2014

Um mistério no centro da Terra

Pesquisa americana que sugere a existência de água 
nas profundezas do planeta parece nascida de uma 
das aventuras fantásticas de Júlio Verne (clique aqui)

Cientistas encontram evidências de uma enorme reserva de água no centro da Terra

Cientistas encontram evidências de uma enorme reserva de água no centro da Terra

Há 150 anos, em "Viagem ao Centro da Terra", o escritor francês de ficção científica Júlio Verne descreveu um amplo oceano existente nas profundezas da superfície terrestre. Hoje, essa estranha e assombrosa imagem encontrou eco inesperado em um estudo científico.

Contaminação por pesticidas pode causar impacto ambiental 'sem precedentes'

Abelhas estão entre os principais afetados pelo uso de pesticidas

26 de nov. de 2013

9 de out. de 2013

Glaciais dos Alpes devem sumir em 100 anos

Glaciais dos Alpes devem sumir em 100 anos O Aletsch, na Suíça, já perdeu 3,5 km e teve espessura reduzida em 300 metros 29 de setembro de 2013 | 2h 04 Jamil Chade / ENVIADO ESPECIAL / FIESCH, SUÍÇA - O Estado de S.Paulo Em 1678, os habitantes do pequeno vilarejo de Fiesch fizeram uma promessa solene de rezar todos os anos contra a expansão do glacial de Aletsch, um dos maiores do mundo. Com 21 km de extensão, a geleira aumentava a cada ano a sombra sobre a pequena cidade. Trezentos e trinta e cinco anos depois, os habitantes do povoado alpino mudaram o tom da oração: rezam para que a geleira não derreta, o que significaria o fim de Fiesch em decorrência de uma inundação de proporções bíblicas.

8 de out. de 2013

Japão vai averiguar com países vizinhos efeitos de vazamentos em Fukushima

8/10/2013 às 05h42 (Atualizado em 8/10/2013 às 09h12) Japão vai averiguar com países vizinhos efeitos de vazamentos em Fukushima Coreia do Sul mantém proibição de importação de produtos pesqueiros do Japão O acidente provocado pelo desastre de 11 de março de 2011 na usina de Fukushima afetou a agricultura, a pecuária e a pesca O acidente provocado pelo desastre de 11 de março de 2011 na usina de Fukushima afetou a agricultura, a pecuária e a pesca TEPCO/AFP O presidente da Autoridade Nuclear do Japão (NRA), Shunichi Tanaka, revelou que o país realizará investigações conjuntas com os países vizinhos sobre os efeitos dos vazamentos radioativos da central de Fukushima no mar, informou nesta terça-feira (8) o jornal Mainichi.

IPCC comprova que mudanças climáticas sem precedentes demandam ação imediata

27 Setembro 2013 | As mudanças climáticas estão ocorrendo mais rapidamente, de forma mais intensiva e, em muitos casos, em níveis sem precedentes, de acordo com o primeiro volume do 5º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que trata das bases físicas da ciência do clima, divulgado hoje, em Estocolmo, Suécia, na conferência que reuniu representantes de governos de 195 países durante esta semana. O resultado demanda ações urgentes. “Há poucas surpresas no relatório, mas o aumento da certeza sobre muitas das observações dos cientistas apenas valida aquilo que observamos ao nosso redor. Desde que o IPCC lançou o seu último grande relatório, em 2007, a perda de massas de gelo terrestre e o aumento do nível dos oceanos se acelerou de forma dramática, principalmente no verão Ártico, pois a perda de gelo é maior do que a projetada anteriormente.

8 de abr. de 2011

O ciclo do Urânio

Videos muito interessantes.


Usinas no Japão enfrentam novo teste após forte tremor

O fornecimento de eletricidade para algumas usinas nucleares no norte do Japão foi restabelecido hoje, após algumas instalações serem afetadas ontem por um forte terremoto. Os problemas iniciais, porém, mostram o quão vulneráveis as usinas nucleares podem ser diante de fortes tremores

Novo tremor no Japão

08/04/2011 11:48h
Novo tremor no Japão mata quatro, deixa centenas de feridos e milhões sem energia
Destruição em escritório de Sendai é resultado no novo terremoto

Foram confirmadas quatro mortes no terremoto de magnitude 7,1 que atingiu o Japão na quinta-feira, dia 7, a réplica mais forte da tragédia do dia 11 de março, quase um mês após o tremor seguido de tsunami. As vítimas eram todas idosas.

O novo terremoto deixou centenas de pessoas feridas e 2,6 milhões de casas e escritórios sem energia elétrica. Outro temor é quanto às usinas nucleares. O complexo de Onagawa foi danificado e pelo menos outras duas estão funcionando com geradores.

A central de Fukushima chegou a ser esvaziada, mas não foi afetada. O tremor de quinta gerou um novo alerta de tsunami, canelado depois de uma hora e meia.

E se tivesse sido aqui...

Se o acidente nuclear japonês acontecesse no Brasil, plano de evacuação poderia atingir até 1 milhão e meio de pessoas, em 27 municípios do Rio de Janeiro e São Paulo.

Japão

08 de abril de 2011 | 0h 00
Réplica de 7,1 graus abala nordeste do Japão, danificando prédios; teme-se que novo sismo aproxime ainda mais usinas atômicas do colapso

Camada de Ozonio

Uma redução recorde na camada de ozônio, que protege os seres vivos dos raios solares, foi observada no Ártico nos últimos meses.

26 de jul. de 2010

Mudanças Climáticas no Brasil

!sso Não é Normal traz análise e debate das mudanças climáticas no Brasil.
SÃO PAULO - O futuro de nosso planeta está à mercê das mudanças climáticas. No caso da cidade de São Paulo, quais efeitos já podem ser sentidos? O que ainda pode ser feito e o quanto da vida de seus moradores já está comprometida?

21 de jul. de 2010

Golfo do México

É hora de calcular os prejuízos

Barco com mancha por Greenpeace Brasil.

Louisiana (USA). 6 de maio de 2010. Vista aérea do vazamento.
Daniel Beltra/Greenpeace

5 de mai. de 2010

Desastre para ficar na história

Notícia - 30 abr 2010

Local de reprodução de várias espécies de mamíferos, aves e peixes, alguns em perigo de extinção, o Golfo do México e a costa da Lousiana estão banhadas em óleo.

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Desastre-para-ficar-na-historia/

Frankenstein no campo

Notícia - 4 mai 2010

Companheiro inseperável da round up-ready, semente de soja transgênica da Monsanto, o inseticida Roundup anda criando super-ervas daninhas nos Estados Unidos.

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Frankenstein-no-campo/

25 de mar. de 2010

A lei de Gaia: os grandes predadores da Mãe Terra

A lei de Gaia: os grandes predadores da Mãe Terra

A relação dos humanos com o meio ambiente sempre foi marcada por uma concepção mecanicista da vida e pela apropriação dos recursos naturais, ignorando a necessidade de garantir a sua reprodução. E o direito sempre legitimou essas ações predatórias por meio do instituto da propriedade privada.

A análise é de Ugo Mattei, cátedra Alfred e Hanna Fromm de Direito Internacional e Comparativo da Universidade da Califórnia e professor de Direito do Hastings College of the Law, também na Califórnia, e da Universidade de Turim, na Itália. O artigo foi publicado no jornal Il Manifesto, 13-03-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O protagonista masculino dessa história é Gaio, misterioso autor jurídico romano, que viveu há mais de 2.000 anos e é autor de um livrinho de “Instituições”, talvez um Bignami para aspirantes advogados, cuja estrutura fundamental constitui a ossatura da concepção ocidental do direito privado. Um legado da antiguidade romana que ainda hoje fundamenta, em nível global, a concepção dominante da própria “juricidade”. Gaio representa em toda a sua grandeza a concepção romana do “domínio” como espaço de poder individual formalizado e ilimitado sobre as coisas.

O domínio romano não é aberto a todos. É limitado ao “pater familias”. O pai-patrão tem domínio absoluto sobre os seus bens, sejam eles animados ou inanimados. Como o proprietário hoje pode livremente destruir um bem próprio (ou matar um coelho próprio), assim o “dominus” tinha poderes ilimitados sobre os seus bens, incluindo a propriedade fundiária, e direito de vida e de morte sobre escravos, filhos e mulher. A meu ver, Gaio não é visto como um personagem histórico. É, ao invés, o modelo antropológico pressuposto pela ordem jurídica individualista ocidental, assim como ele chegou, por meio de uma longa e aventurosa história, até a nossa modernidade. Gaio é aqui o indivíduo ocidental dotado de direitos de propriedade privada, êxito hodierno do processo transformativo que chamamos de progresso.

Um mito milenar

Hoje, Gaio dirige um automóvel, tem uma casa própria, mora na cidade, vive sozinho ou em uma família nuclear, se comunica com o celular, vê TV, tem direito de voto e pode comprar bens de consumo para satisfazer cada um dos seus desejos. Gaio é dotado de direitos que formalizam o seu poder de ter. Hoje, a propriedade privada de Gaio não se estende aos escravos, e a sua é formalmente igual a ele.

A protagonista feminina é Gaia, a terra viva, um lugar que, há alguns milhões de anos, hospeda o humano. Gaia, há muito mais tempo, é lugar da vida, um agregado complexo de ecossistemas, de nexos, de comunidades, de redes, de relações, de cooperação e de conflito, de hierarquia, de transformações lentas e de revoluções imprevistas. Os mitos sobre Gaia são complexos e fascinantes e variam através das culturas.

Complexa e fascinante é também a história da relação de Gaio com Gaia. Hoje, o jovem Gaio estuda, a partir da escola primária, a evolução da vida sobre a terra. Darwin domina (por enquanto) a sua percepção, e dali ele retira o sentido do progresso e do crescimento. Os antepassados de Gaio nasceram na África. Gaia lhes ofereceu alimento sob forma de frutos e de caças. Depois, Gaio aprendeu a domesticar os animais, para tirar deles alimento e vestuário. Sucessivamente, cerca de 2.000 anos atrás, Gaio compreendeu que Gaia podia ser induzida a produzir mais alimento do que espontaneamente ofereceria. Intuído o nexo causal entre semeadura e colheita, Gaio se tornou sedentário. Os antepassados de Gaio logo inventaram um direito à posse exclusiva, conhecido como propriedade.

A propriedade servia para remunerar os esforços na caça, na criação e na semeadura. Era preciso definir, por isso, quem estava dentro e quem estava fora. Era preciso evitar que a colheita fosse roubada por quem não tinha se esforçado para arar o campo. Uma ampla literatura apologética da propriedade privada se baseia ainda hoje sobre esse seu nexo moral com o trabalho agrícola.

Depois, menos de 300 anos atrás, Gaio inventou as máquinas e fez a revolução industrial: podia até produzir bens de massa extraindo a energia para fazer isso das vísceras de Gaia. Havia passado cerca de 10.000 anos desde a revolução agrícola. Quando a revolução industrial ocorreu, os escritos do Gaio histórico haviam sido redescobertos há cerca de 700 anos (depois de terem se perdido nos séculos escuros) em uma biblioteca perto de Pisa, e a propriedade privada estava plenamente formalizada, e foi a ordem institucional que a tornou possível. Gaio se tornou patrão das minas, foi industriário e capitalista. Hoje, Gaio fez uma outra revolução: usa o computador, e a sua maior riqueza prescinde de todo contato com um bem material. O mais rico e admirado é o financista, não mais o industriário taylorista.

Entre o aparecimento do homem sobre Gaia e a revolução agrícola, a distância é de milhões de anos. Entre a revolução agrária e a industrial, são milhares. Entre a revolução industrial e a informática de hoje, são poucas centenas de anos. Essa impressionante aceleração histórica exalta Gaio e lhe fez viver um senso de onipotência. Enquanto dirige a sua pick-up supertecnológica (e talvez promovida como ecológica), ele se compraz que os seus filhos de cinco anos sabem se adaptar melhor do que os de 14 à progressão geométrica da tecnologia.

Mas qual relação liga Gaio a Gaia? Em muitas culturas, Gaia é vista como mãe. “Pacha mama”, a mãe terra. Mas Gaio não reconhece essa relação. Para ele, Gaia é um objeto, ou melhor, o objeto por antonomásia do seu “dominium”. Antes da estruturação jurídica da relação de domínio (o chamado domínio quiritário) ocorrida na última parte do primeiro milênio antes de Cristo, Gaia já é uma “condenação” para Gaio. A Bíblia conta que ele foi expulso por causa do pecado da sua mulher. Um Deus masculino expulsa Gaio do Éden e o joga entre os braços de uma nova fêmea, Gaia justamente, com a qual ele será condenado a conviver. Gaia se torna mulher de Gaio? Como se desenvolveu o casamento? Por muito tempo, as coisas funcionaram bem.

A obsessão da posse

Gaio observa Gaia, a corteja, procura compreendê-la, talvez se apaixona por ela. Sabe que é intimamente ligado a ela, sabe que a sua própria vida depende da boa relação que consegue ter com a sua esposa. Adapta a ela os seus comportamentos, a acaricia e extrai prazer dela. Busca respeitar suas amizades, os espaços vitais dos quais Gaia tem necessidade. Gaia é comunitária por natureza, é feita de nexos e é na comunidade ecológica que ela se alegra e prospera, belíssima. Gaia, durante muito tempo, compartilha seus gostos. Ama a comunidade. O seu horizonte é constituído pelo grupo, pela relação, pela cooperação indispensável para conviver junto com Gaia. Mas Gaio desenvolve logo a obsessão pela parte de dentro e pela parte de fora. Inventa as fronteiras. Inventa a guerra. Frequentemente, ignora Gaia para se engajar em novos conflitos, distante do seu vilarejo onde abandona as suas mulheres dedicadas ao cuidado do grupo, à busca de água e ao cultivo de Gaia.

Em bem pouco tempo, Gaio começa a enjoar do fato de estar junto com Gaia. Quer possuir suas riquezas, quer ter. Gaio descobre que, para ter, é preciso excluir. Exclui as mulheres, semelhantes a Gaia na índole, as reduz a objeto e reivindica sua propriedade. Exclui os diferentes, os escravos, os desviantes. Também sobre eles exerce o domínio. Gaio organiza o trabalho dos seus submetidos, e com esse trabalho transforma Gaia. Quantifica-a e deseja sempre mais dela, lançando-se à conquista guerreira de novos espaços e colônias.

O seu compromisso se expande e, com isso, as suas riquezas e o seu delírio de onipotência. Nos novos lugares, encontra novas comunidades. Comunidades que respeitam Gaia como uma mãe, como uma amiga ou como uma esposa que vivem com ela em equilíbrio harmonioso; que respeitam e admiram suas qualidades. Gaio não suporta essas amizades de Gaia e as destrói, saqueando suas riquezas. As qualidades não se medem, e o que mais interessa a Gaio é medir, quantificar o valor das suas riquezas para criar organizações sempre mais ricas e poderosas, capazes de um domínio absoluto que agora ele chama de “soberania” e que ele modela sobre a propriedade absoluta e individual de um território.

A ciência da qualidade

Gaio ama o prazer, mas o considera um luxo, um lugar da estética. O prazer gerado pela qualidade, um estado do ser, não o ajuda a acumular e a ter sempre e ainda mais. Por isso, Gaio diferencia entre arte e ciência. A primeira se fundamenta na qualidade, na relação e na comunidade espiritual entre artista, obra e fruidor. A segunda, apenas na quantidade. A ciência de Leonardo, uma ciência da qualidade, é assim esquecida: o protocientista será Galileu, aquele que exclui a qualidade e o “não mensurável” (estética, odores, sabores, harmonias) do mundo da relevância científica.

Gaio inventa a manufatura e a produção em série. Inventa máquinas prodigiosas fundadas em leis absolutas e imutáveis que aprende a descobrir e medir com precisão. Gaia lhe oferece a energia para fazer isso, das suas vísceras sai antes o carvão e depois o petróleo. Gaio se torna sempre mais rico e cobre de honras quem lhe permitiu tornar-se rico. Newton, na Londres do seu tempo, tinha status de superstar. Gaia ama a beleza e a harmonia. A sua essência está no ecossistema, um conjunto de relações mutualistas em que o todo não é uma simples soma das partes. Gaio coloca a si mesmo no centro. Promove a sua visão egocêntrica. Inventa o humanismo. Descobre que Gaia não é mais o centro do universo. Reage a isso colocando a si mesmo ali.

Com Descartes, o eu pensante, Gaio se emancipa da matéria, da qual recusa, ao mesmo tempo, a essência animada. Gaio se emancipa até do seu corpo, do seu ser pessoa. Agora, conta apenas por aquilo que tem. É sujeito abstrato, “dominus borghese”, dotado de poderes ilimitados sobre Gaia, da qual rejeita a identidade viva, reduzindo-a a uma máquina. Para ele, Gaia é governada por leis mecânicas, semelhantes àquelas sob tutela da sua propriedade privada, da qual a força da soberania exige o respeito sob pena de suplícios e galeras.

Gaia deve se revelar inteiramente aos seus olhos, deve lhe confessar todos os segredos de si mesma, justamente aqueles que podem torná-lo ainda mais rico e poderoso. Gaia é agora prisioneira e, como os prisioneiros, deve ser torturada para lhe extrair a verdade: como e onde posso encontrar novas riquezas, novas consciências, novo poder?

Gaio assume as vestes de Francis Bacon, onipotente e cruel Chanceler de sua majestade, que foi há muito tempo um grande jurista e grande cientista. É Bacon que teoriza sobre a inquisição na Inglaterra da Magna Charta. É Bacon que ensina o método científico para interrogar Gaia impiedosamente com o fim último de transformá-la e desenvolvê-la. Gaio, ao mesmo tempo, estende a sua imagem às suas mulheres: se são capazes de ter, terão direito à paridade formal.

Mas Gaia é esposa explorada, dominada e violentada com o direito e com a ciência. Permanecerá inerte? Alguém se levantará em sua defesa?

A Guerra das Rosas

Para ver uma reflexão sobre como o direito codificou as relações com a natureza pode-se ler as teses de Fritjof Capra contidas em: “O ponto de mutação” (Ed. Cultrix) e “La scienza della vita” (Ed. Rizzoli). Sobre as relações entre ciência e direito: “Legal Alchemy. The Uses and Misuses of Science in the Law”, de D. Faigman.

A história da relação entre Gaio e Gaia é uma verdadeira Guerra das Rosas. Vejam-se a respeito: “A ciência de Leonardo da Vinci” (Ed. Cultrix), de Fritjof Capra; “Dopo il Leviatano. Individuo e e comunità”, de Giacomo Marramao (Ed. Bollati Boringhieri); “Law and the Rise of Capitalism” (Ed. Monthly Review Press), de Michael E. Tigar.

Enfim, deve ser assinalada a publicação do panfleto do jornalista francês Hervé Kempf, “Per salvare il pianeta dobbiamo farla finita con il capitalismo” (Ed. Garzanti).

(Ecodebate, 23/03/2010) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

6 de fev. de 2010

Pandora é aqui.

(artigo sobre a hidrelétrica de Belo Monte) Marina Silva

O Ibama concedeu a licença prévia para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Trata-se de um projeto muito polêmico, localizado no rio Xingu, no Pará, próximo ao município de Altamira, numa região conhecida como Volta Grande do Xingu. O nome deve-se ao desenho do rio que, visto de cima, assemelha-se a uma "ferradura".

Por meio de barragens, as águas do rio serão desviadas para um canal que unirá as pontas mais próximas dessa "ferradura". Ao final desse canal, as águas passarão pelas turbinas antes de retornarem ao seu curso normal. Como tudo na Amazônia, os números que envolvem a obra são gigantescos. A quantidade de terra e pedra que será retirada na escavação do canal é cerca de 210 milhões de m³ - um pouco menor da que foi removida na construção do Canal do Panamá. E ainda nem se definiu qual a destinação desse material.

Pelo leito do rio Xingu passa uma vazão de 23.000 m³/s de água no período de cheia. Um volume correspondente a quatro vezes a vazão, também nos períodos de cheia, das Cataratas do Iguaçu.

Os impactos socioambientais também terão essa mesma ordem de grandeza. E ainda não foram concluídos. Só sobre a fauna, segundo dados coletados durante o Estudo de Impacto Ambiental, podemos ter uma idéia. Na área existem 440 espécies de aves (algumas ameaçadas de extinção, como a arara-azul), 259 espécies de mamíferos (40 de porte médio ou grande), 174 de répteis e 387 de peixes.

Apenas a eficiência energética da usina não será tão grande. Uma obra colossal que custará certamente mais de R$ 30 bilhões - se somados todos os gastos, como o custo e a extensão da linha de transmissão, por exemplo - terá uma capacidade instalada de gerar, em média, 4.428 MW, em razão do que poderá ser suportado pelo regime hídrico do rio, nesta configuração do projeto. E não os 11.223 MW que estão sendo equivocadamente anunciados. A energia média efetiva entregue ao sistema de distribuição será de 39% da capacidade máxima de geração, enquanto a recomendação técnica indica que essa eficiência seja de pelo menos 55%.

Para que Belo Monte possa apresentar um grau de eficiência energética compatível com as recomendações técnicas, seria necessária a construção de outras três hidrelétricas na bacia do rio Xingu, que teriam a função de regularizar a vazão do rio. Por ora, a construção dessas usinas foi descartada pelo governo porque estão projetadas para o coração da bacia, onde 40% das terras pertencem aos indígenas.

No entanto, a insistência em manter o projeto nessa dimensão (apesar de haver alternativa de barragem com quase metade da capacidade instalada e perda de pouco mais de 15% na potência média gerada) provoca forte desconfiança, tanto dos analistas como das comunidades e dos movimentos sociais envolvidos, de que a desistência de construir as outras três hidrelétricas seja apenas temporária.

A população indígena - são mais de 28 etnias naquela região - ficará prensada entre as cabeceiras dos rios que formam a bacia, hoje em processo acelerado de exploração econômica e com alto nível de desmatamento acumulado. E a barragem, além de interromper o fluxo migratório de várias espécies, vai alterar as características de vazão do rio.

É incrível que um empreendimento com esse nível de interferência em ambientes sensíveis seja idealizado sem um planejamento adequado quanto ao uso e à ocupação do território. A solução de problemas dessa dimensão não pode ser delegada exclusivamente a uma empresa com interesse específico na exploração do potencial hidrelétrico, com todas as limitações conhecidas do processo de licenciamento.

Com a obra, são esperadas mais de 100 mil pessoas na região. Não há como dar conta do adensamento populacional que será provocado no meio da floresta amazônica, sem um planejamento para essa ocupação e um melhor ordenamento do território. Isso só pode ser alcançado através da elaboração de um Plano de Desenvolvimento Sustentável na região de abrangência da obra. Essa foi uma grande omissão nesse processo, mas não a única. Não temos como deixar de indagar se não há outros aproveitamentos hidrelétricos que seriam mais recomendados, sob o ponto de vista dos impactos ambientais ou da eficiência energética.

No entanto, não há projetos com estudo de viabilidade técnica e econômica prontos para serem submetidos ao licenciamento ambiental. Apesar de o diagnóstico ser conhecido desde 2003, apenas em meados do ano passado foram finalizadas as primeiras revisões de inventário de bacia hidrográfica, como a do Tapajós. Com isso, projetos polêmicos e com grandes impactos têm que ser analisados em prazos muitas vezes incompatíveis com o grau de rigor que deveriam ter, numa clara demonstração de como, muitas vezes, os ativos ambientais são afetados pela falta de planejamento de outros setores de governo.

Porém, nada foi mais afetado do que nosso compromisso ético frente à responsabilidade com o futuro de povos e culturas. Não foram sequer feitos estudos sobre os impactos que os povos indígenas terão. Só para exemplificar, o que significará para eles ter a vazão reduzida significativamente num trecho de 100km em função do desvio das águas para o canal? O plano de condicionantes tampouco menciona a regularização de duas Terras Indígenas (Parakanã e Arara), já bastante ameaçadas.

Estas e outras comunidades indígenas manifestam inconformidade por não terem sido ouvidas adequadamente, segundo os preceitos da Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil, mas nunca implementada para valer.

O Brasil possui um importante potencial de geração de energia hidrelétrica a ser desenvolvido. Mas as dificuldades em retomar o planejamento do setor na velocidade que possibilite escolhas e uma análise segura por parte do setor ambiental, somada à indisposição em discutir uma proposta de desenvolvimento sustentável para as obras de infraestrutura localizadas na Amazônia, à percepção de que o governo não faz o suficiente para melhorar a eficiência energética do sistema (não só na geração) e para desenvolver as energias alternativas, acaba por produzir conflitos agudos e processos equivocados, que poderiam ser evitados.

Apesar dos discursos em contrário, ainda estamos operando no padrão antigo, que considera o meio ambiente como entrave ao desenvolvimento. Temos ainda um longo dever de casa a ser feito para ingressarmos definitivamente no século 21. Quem pensa que a história relatada no filme Avatar só pode ocorrer em outro planeta, engana-se: Pandora também pode ser aqui

31 de jan. de 2010

Rio São Francisco terá duas usinas nucleares

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Rio São Francisco terá duas usinas nucleares
artigo de Aroldo Cangussu
[EcoDebate] O jornal Folha de São Paulo do dia 15 de janeiro de 2010, no seu caderno Dinheiro, informa que o programa nuclear brasileiro prevê a construção de quatro usinas até 2030, sendo duas no Nordeste e duas no Sudeste. A definição da localização será, como sempre, política e deve sair até março de 2010.
Os estudos técnicos que serão levados para a decisão apontam que as duas usinas nordestinas ficarão localizadas às margens do Rio São Francisco. Segundo a Folha, as áreas próximas ao litoral foram descartadas por causa da existência de grandes reservatórios subterrâneos de água.
Nós, moradores da bacia do Rio São Francisco, já vemos a luz amarela se acender. Estamos acostumados a só receber notícias desagradáveis sobre impactos negativos ao meio ambiente na região, por isso ficamos receosos quando lemos algo assim.
O Rio São Francisco nasce em Minas Gerais, atravessa o estado da Bahia e deságua no oceano Atlântico na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. Além disso, a sua bacia engloba ainda o Distrito Federal, Goiás e Pernambuco.
Como se trata de investimentos de bilhões de dólares, os governadores dos estados envolvidos estão disputando a tapas estas obras. A escolha do local levará em conta os estudos técnicos e também critérios políticos.
A construção de usinas nucleares às margens do Rio São Francisco já havia sido estimulada no passado pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Os principais argumentos foram a disponibilidade de água e a necessidade de investimentos na região.
Entretanto, a presença de aqüíferos subterrâneos pode condenar a instalação de usinas nucleares, mas, elas precisam de grande oferta de água para o resfriamento do combustível usado, à base de urânio enriquecido. Outros fatores técnicos são levados também em consideração: estrutura geológica estável, proximidades de linhas de transmissão de energia, baixa concentração populacional e condições adequadas de infraestrutura, principalmente estradas (Folha de São Paulo, 15/01/2010).
O Rio São Francisco é um rio quase todo “cortado” por grandes hidrelétricas e alguns estudos realizados anteriormente indicam que sua vazão diminuiu ao longo do tempo (não comprovados). Além disso, ainda existe o projeto da transposição e, também, o Projeto Jaíba que retira uma considerável quantidade de água dele.
Vamos ver se o nosso velho Chico dará conta de tudo isto.
* Aroldo Cangussu é engenheiro e ex-secretário de meio ambiente de Janaúba e atual coordenador adjunto do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica.

Entrevista com Marina Silva

Leia a entrevista completa no link abaixo
O crescimento dever ser um instrumento para o desenvolvimento” (Marina Silva)   

 Marina Silva - Primeiro, é preciso requalificar essa história de crescimento pelo crescimento. O crescimento não é um fim em si mesmo. Ele é uma ferramenta, um instrumento para o desenvolvimento. E o desenvolvimento que nós advogamos é aquele que seja sustentável em todos os aspectos: econômico, ambiental, social e cultural. Essa tradução será feita progressivamente, na mudança de paradigma da relação das indústrias com os recursos naturais, com o uso de novas tecnologias, que possam ser menos poluentes, que possam contaminar menos, que assumam esse papel da responsabilidade social e ambiental. Na agricultura também, que possamos ter uma produção sustentável, evitando os processos extensivos, lançando mão de práticas e tecnologias que nos levem a menos destruição das florestas, da biodiversidade, à maior preservação dos rios e córregos, até porque as catástrofes ambientais que estão acontecendo, prejudicando a economia e ceifando vidas, tem muito a ver com esse modelo predatório.

Energia solar concentrada poderia fornecer energia limpa para milhões de residências

Miguel Jorge em 30 janeiro 2010 às 17:11

Energia solar concentrada poderia fornecer energia limpa para milhões de residências

Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Quando pensamos em energia  solar, normalmente visualizamos paineis fotovoltáicos em telhados, fornecendo energia sob a luz do sol. Mas para muitas pessoas, significa energia solar produzida em espelhos ao longo de milhares de hectares no deserto. Utilizando energia solar concentrada (Concentrated Solar Power, CSP) as unidades de produção usam as superfícies refletoras para gerar vapor que, por sua vez, produz eletricidade por turbinas.

Usina termo solar no deserto do Mojave, Califória.

Muitas áreas ,em todo o sudoeste dos EUA, aproveitam áreas desérticas e com grande exposição solar para produzir energia elétrica, utilizando a tecnologia solar concentrada.
A energia solar, produzida com energia solar concentrada, possui um custo estimado, em 2008 de US$ 0,15 por kilowatt-hora, custo comparável ao carvão e à energia nuclear. Ao armazenar calor solar nos reservatórios, cheios com sal fundido, as usinas termo solares produzem eletricidade por até 6 horas, mesmo quando o sol não está brilhando.
Cerca de 300 mil residências, do sudoeste dos EUA, já são abastecidas a partir de unidades concentradoras de energia solar e o número continua a crescer. O Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) estima que, até o final de 2010, serão incorporados mais 4500 megawatts, o suficiente para abastecer mais de 3,5 milhões de residências, em razão da construção de novas usinas na Califórnia, Florida, Hawai e Arizona.

Os diversos tipos de usinas, das calhas parabólica calhas feitas de espelhos às torres de energia, funcionam de modo semelhante, no qual um óleo sintético é aquecido e um sistema de troca de calor, que transfere o calor do óleo para tanques de água, que acionam uma turbina a vapor que produz a energia como uma termelétrica.
Espanha, Portugal e Austrália, onde fontes renováveis de energia recebem créditos fiscais de longo prazo, já estão com vários projetos utilizando esta mesma tecnologia.
Sobre a energia termosolar (por torre e energia concentrada) sugerimos que leiam, também, as matérias:
http://www.ecodebate.com.br/2009/05/02/entra-em-operacao-a-maior-ce...
Entra em operação a maior central termosolar com tecnologia de torre
http://www.ecodebate.com.br/2009/03/02/o-brasil-e-um-pais-ensolarad...
O Brasil é um pais ensolarado que despreza a energia solar
[EcoDebate, 08/08/2009]

Qualidade da educação pública no Brasil

[Qualidade da Educação Pública no Brasil]
Rudá Ricci
É fato que os professores não tem formação para atender alunos que vieram da pobreza absoluta e não cursavam escolas (principalmente os do ensino fundamental e, possivelmente, gradativamente os da educação infantil, em função da ação enérgica do Ministério Público). Mas o que não se diz é que nem os que possuem formação acadêmica sabem lidar com o novo comportamento em sala de aula, que antes seria considerado hiperativo. A geração internet não para, não respeita, é absolutamente dinâmica, no ritmo da mudança da imagem. Alguns estudos revelam que o que há de muito novo nesta geração é que sua vontade se expressa na tela, sem mediação, como se ele estivesse dentro do computador. Cria um exercício de mando diário, sem intermediários, sem superego. Se entrarmos na lógica anglo-saxônica do auto-ensino, estaremos dando mais um passo para a desmontagem da possibilidade de construção - via espaço escolar - do aprendizado da relação com o diferente, da construção das relações comunitárias (com seus defeitos e vantagens), com o ensino universal.
Também é fato que nossos cursos universitários não sabem ensinar a ser professor, pelo simples fato que as universidades estão muito longe do espaço escolar. A universidade se transformou num espaço fechado, auto-referente, em que um jovem termina sua graduação e já ingressa no mestrado, saltando para o doutorado e prestando concurso para dar aula na universidade. Torna-se professor sem nunca ter entrado numa sala de aula de ensino fundamental ou médio. Conhece apenas pesquisa e livros. Esta cultura livresca não tem relação alguma com a dinâmica de um espaço escolar absolutamente dinâmico, marcado por sub-culturas (na linguagem dos estudos recentes), onde há um evidente confronto entre intenção escolar e hábitos comunitários e familiares (aliás, de famílias cada vez mais monoparentais).
A lição de casa (ou tarefa, ou para casa, dependendo do Estado) e aulas de reforço são uma prova de como a receita é absolutamente anacrônica para uma realidade social que não comporta este resquício do início do século passado.
A relação educação-trabalho não envolve apenas a visão empresarial. Envolve alguns marxistas. Esta é a posição, por exemplo, do Movimento Sem Terra, que afirma que o trabalho é parte constitutiva da formação de crianças. Um absurdo que coloca por terra (desculpe o trocadilho) todos estudos sobre desenvolvimento humano. De minha parte, não acredito que este seja o objetivo da educação básica.
Enfim, não acho que alguém pode preparar outro para a vida. A educação pode colocar o educando em contato com a vida, inclusive com a sua, criando dilemas, reflexões e o processo que Paulo Freire denominou de ad-mirar (ver a si mesmo, ou ver de fora). A educação é um processo auto-reflexivo, que lança mão da experiência humana. Por este motivo é que é um ato de escuta e reflexão. Lemos e estudamos para saber o que outros pensaram, criando uma cadeia que envolve o indivíduo com sua espécie. Educar é um ato humanista, portanto.
O grande problema é que a sua e a minha digressões estão fadadas ao muro de lamentações com estes projetos de empresariamento da educação pública, com premiação do professor por desempenho do aluno, parcerias da escola com empresas e coisas do gênero, que são absolutamente exógenas ao processo
educativo, banaliza a educação (como se fosse apenas uma questão de ajuda), destrói o saber educacional (de séculos, envolvendo psicologia, neurologia e tantas outras áreas). Nunca vimos algo do gênero em relação à construção civil (em crise até pouco tempo) ou outra área de trabalho humano. Por que esta "ajuda" à educação? Porque os empresários têm interesse em formar gente qualificada (as tais competências e habilidades, conceitos equivocados para o meio educacional) para um mundo do trabalho que exige autonomia e conhecimento global.
Este é nosso problema.

FMI criará Fundo Verde de 100 bilhões de dólares para o clima

domingo, 31 de janeiro de 2010, 10:56 | Online

Recurso é considerado suficiente para enfrentar as mudanças climáticas e virá de direitos especiais de saque

estadao.com.br

Strauss-Kahn afirmou em Davos que era preciso 'ser criativo' para combater o aquecimento global

Arnd Wiegmann/Reuters

Strauss-Kahn afirmou em Davos que era preciso 'ser criativo' para combater o aquecimento global

DAVOS - O Fundo Monetário Internacional (FMI) trabalha na criação de um Fundo Verde que pode chegar a 100 bilhões de dólares anuais para ajudar os países pobres a enfrentar os efeitos da mudança climática, anunciou o organismo neste domingo. 

Veja também:

link Acordo de Copenhague não conterá aquecimento nos 2º C

link A COP-15 e outros micos

O diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, afirmou em uma sessão do Fórum Econômico Mundial, em Davos, que era preciso "ser criativo" no tema do aquecimento global, já que os países em desenvolvimento não têm os meios para lutar contra suas consequências e os países desenvolvidos foram limitados pela crise econômica.

"Devemos encontrar maneiras inovadores de financiar" a luta contra os efeitos das mudanças climáticas, insistiu Strauss-Kahn, segundo a agência AFP.

"Vamos proporcionar ideias, construídas em torno de um Fundo Verde dedicado a financiar 100 bilhões de dólares por ano - que é a cifra em geral estimada para fazer frente ao problema - baseado em capitalização procedente de bancos centrais, respaldada em direitos especiais de saque emitidos pelo fundo", acrescentou.

Os direitos especiais de saque são uma reserva internacional criada pelo FMI em 1969 como suplemento às reservas oficiais dos primeiros Estados membros, que podem ser trocadas por divisas correntes

30 de jan. de 2010

Ativistas impedem simulação de avalanche com porcos

28/01/2010




Ativistas impedem simulação de avalanche com porcos

Animais sedados seriam deixados para morrer na neve; objetivo é criar técnicas de sobrevivência

Associated Press

VIENA - Protestos intensos de ativistas dos direitos dos animais levaram cientistas a adiar um experimento de avalanche que envolvia enterrar porcos vivos na neve e acompanhar suas mortes.

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Parlamento da Catalunha vai discutir proibição de touradas

O experimento de duas semanas pretendia determinar que fatores permitem que seres humanos sobrevivam a uma avalanche em um bolsão de ar, até a chegada do resgate, sem sofrer dano cerebral permanente.

O codiretor do experimento, Hermann Brugger, garantiu que os porcos não sofreriam, porque estariam sedados e anestesiados. O estudo é patrocinado por instituições da Áustria e da Itália.

Mas os ativistas classificaram a experiência de cruel e sem sentido.

Depois dos protestos, o diretor da Universidade Médica de Innsbruck, Herbert Lochs, confirmou que a realização do experimento estava suspensa, por causa da atenção da mídia provocada pelas demonstrações. Um total de 29 animais havia sido selecionado para o procedimento.

Em nota divulgada no website da universidade, os organizadores da experiência declararam que ela é justificável sob o aspecto ético e havia sido aprovada pelo órgão competente do Ministério de Ciências e Pesquisa da Áustria.

Brugger disse que o estudo poderá salvar vidas humanas, e que a suspensão significa que os porcos já mortos no curso do estudo morreram em vão.